Sempre em busca de minimizar os riscos ao paciente, o Hospital Mãe de Deus inova em mais um procedimento cirúrgico. Desta vez a equipe de Cardiologia do HMD realizou um implante de um marcapasso transcateter sem eletrodos (Micra™ Medtronic), que corresponde ao menor sistema de estimulação cardíaca disponível no mundo, tendo aproximadamente 25mm e 2g, semelhante ao tamanho de uma moeda de 1 real. Embora esta tecnologia esteja disponível no Brasil há cerca de um ano, este caso foi somente o terceiro a ser realizado no Rio Grande do Sul e o primeiro no HMD.
O procedimento é realizado de forma pouco invasiva, através de punção de uma veia profunda (femoral), o que elimina as incisões cirúrgicas ou cortes maiores. A seguir, o implante é feito diretamente do dispositivo no coração, sem necessidade de cabos e gerador externo. Esta técnica demonstra, através dos estudos clínicos, uma redução na taxa de reintervenção cirúrgica e de complicações relacionadas ao dispositivo, principalmente em pacientes com risco aumentado como, por exemplo, pessoas com doenças renais crônicas em hemodiálise, infecção prévia, pacientes oncológicos e outros.
Além disso, este novo método tem como vantagem a ausência de cicatriz no tórax ou protuberância sob a pele, e menores restrições de atividades no período pós-implante. Embora o tempo de recuperação hospitalar seja similar, há redução no tempo de repouso nos dias seguintes à intervenção. O funcionamento do dispositivo ocorre através do envio dos impulsos elétricos por meio de um ponto na sua própria estrutura, o qual fica em contato direto com o músculo do coração, sem necessitar de eletrodos.
Responsável por realizar o procedimento no HMD, a médica cardiologista, especializada no tratamento de arritmias, Karina de Andrade reforça a importância de aprimorar o tratamento aos pacientes. “A felicidade em acompanhar a evolução da medicina e poder proporcionar o melhor tratamento aos nossos pacientes é muito gratificante. Sem dúvida, estar entre os primeiros casos do Brasil tornou este momento ainda mais especial”, afirma.
Marcapasso
O marcapasso corresponde ao mais clássico dispositivo de estimulação cardíaca artificial e foi realizado, da forma convencional, pela primeira vez em 1958. Apresenta sua indicação no tratamento nas bradiarritmias, manifestadas geralmente por batimentos cardíacos mais lentos. Mais de 300 mil brasileiros são portadores de marcapasso e, devido ao envelhecimento da população, é possível observar um aumento exponencial no uso do dispositivo.
O modelo convencional é composto por um gerador (bateria e comandos) conectado a um ou mais eletrodos (dependendo da indicação). Tal gerador produz estímulos elétricos que são levados ao coração através dos eletrodos.